Inadimplência cresce mesmo com queda do desemprego e aumento de renda no Brasil – entenda os motivos

Número de inadimplentes alcança 73,1 milhões em outubro, a segunda maior marca da série histórica da Serasa, e acende alerta sobre o equilíbrio financeiro das famílias brasileiras.

Equipe de Comunicação e Marketing | Setembro de 2025

O paradoxo da inadimplência em meio à recuperação econômica
Mesmo em um cenário de desemprego em baixa e aumento da renda, o Brasil enfrenta uma realidade preocupante: mais de 73 milhões de pessoas estavam inadimplentes em outubro, de acordo com dados da Serasa. O número representa a segunda maior marca da série histórica iniciada em 2016, só ficando atrás do pico registrado em abril deste ano.
O que explica esse paradoxo? Especialistas apontam para uma combinação de fatores que pressionam o orçamento familiar. A alta da taxa básica de juros desde setembro, o avanço da inflação sobretudo nos alimentos e a mudança de hábitos de consumo, com maior peso dos serviços e gastos digitais (como jogos e apostas), têm corroído a capacidade de pagamento das famílias.
Crédito fácil, dívidas difíceis
O cartão de crédito parcelado tem se consolidado como o grande vilão da inadimplência. Segundo dados do Banco Central, a taxa de atrasos acima de 90 dias nesse tipo de operação chegou a 11,89% em setembro, o maior nível desde o início da série em 2011. Com concessão mais flexível, o crédito parcelado parece, em um primeiro momento, um alívio, mas acaba se tornando uma armadilha de difícil saída.
Para Fabio Bentes, economista da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a situação merece atenção, mas não é desesperadora: “É uma luz amarela. Não estamos caminhando a passos largos para o abismo, mas o alerta está aceso.”
Estabilidade em patamar alto
De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa, a inadimplência hoje se comporta como um paciente em UTI: grave, mas sob controle. A estabilidade em torno dos 73 milhões de inadimplentes reflete duas forças opostas: de um lado, o desemprego em queda e a renda em recuperação; de outro, juros altos e inflação persistente.
Ainda assim, em quase três anos, cerca de 11 milhões de pessoas entraram para a lista de devedores – o equivalente à população de São Paulo. E em alguns estados, como Amapá, Rio de Janeiro e Distrito Federal, mais da metade da população adulta já está inadimplente.
Renegociação como saída
Iniciativas como o Feirão Limpa Nome da Serasa têm sido um alívio para parte dos consumidores. O evento deste ano reúne mais de mil empresas e promete descontos que podem chegar a 99% das dívidas. Além de renegociar online, os consumidores também contam com apoio presencial nos Correios e em eventos físicos, como o que ocorre em São Paulo.
O que esperar para 2026
A grande dúvida é o comportamento da inadimplência no próximo ano. Com a perspectiva de desaceleração econômica e possível alta do desemprego, a tendência é de maior pressão sobre o orçamento das famílias. O resultado também dependerá do rumo da política fiscal e do controle da inflação.
Seja como for, os especialistas alertam: o Brasil não está diante de um colapso imediato, mas o sinal amarelo já pisca forte. O desafio será equilibrar renda, crédito e consumo em um cenário cada vez mais desafiador.
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